sexta-feira, 27 de maio de 2011

Não tenho palavras para expressar o que penso de pessoas que acabam frases com !!!!!!!! ou ??????.
Tudo me parece pouco para dizer o que queria.

domingo, 7 de novembro de 2010

Eu estar feita em merda, tu chegares e atirares-me um saco para cima.
«O qu'é isto?»
«Vê...?», enquanto te sentas.
Um pacote de Cheetos Ketchup, um Twix, um Kinder Bueno, um maço de Camel e dois pacotes de gomas. De ursinhos.
«As tuas coisas preferidas.» dizes-me.
«Nop, Twix é merda. Snikers é que é.»
«Não, tu dizes que preferes Snikers, mas comes, ficas enjoada e dizes sempre que nunca mais vais comer. Depois viras-te para o Twix.»
«Hm. Mas dois pacotes de ursos é demais. Gosto de tijolos.»
«Sim, mas acabas sempre por virar um pacote dos ursos a fazer os teatros com eles. O outro é só para comeres. Sem os diálogos.»
Se estes últimos dias não me tivessem tirado a capacidade de me emocionar, de chorar... «Como eu gosto de ti, puto.» chega.
Obrigada.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Se há merdas que me ultrapassam, esta é uma delas: eu perguntar «Que chá queres?» e responderem-me «Um qualquer, tanto faz.». Foda-se...

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Fui a Auschwitz

Fui a Auschwitz e podia dizer que a minha visão da vida e do sentido da busca da felicidade mudaram. Mas não. Só quem nunca ouviu falar de Auschwitz e Birkenau é que se surpreende com o que lá encontra. Só quem nunca ouviu a palavra "Nazi" ou a sigla "SS" é que tem o prazer de se deslumbrar com as árvores tão bonitas ou com os campos de relva, verde que só ela, que existem tanto num como no outro campo de concentração. Só quem nunca ouviu que morreram um milhão de pessoas naqueles hectares é que pode achar bonita a imponência e a arquitectura milimétrica do espaço.
Por outro lado, quem sabe ou tem uma ideia (ainda que vaga) do que ali aconteceu, não é capaz de lá entrar sem um arrepio de cima a baixo e uma sensação de frio cortante ao Sol, não é capaz de falar em vez de sussurrar, não é capaz de tocar nas paredes, não é capaz de ver as fotografias (e tantas, tantas tantas) sem ficar com náuseas e ir subtilmente apanhar um bocadinho pequenino de ar, não é capaz de ver as montras dos stripped pyjamas sem ter vontade de partir aquilo tudo à cabeçada.
E é mais ou menos este segundo parágrafo que descreve a minha ida a Auschwitz.

"If we want to honnor the victims who perished here, we have to make sure no one forgets this, no one tries to erase it, no one says it's a lie."

"If we made a minute of silence for every single person dying on the hands of SS, we'd have to stay in silence for two years."
Ontem fiquei a saber que "saboto as minhas relacoes". Adoro aprender coisas sobre mim.

(Nao, este teclado nao tem acentos, cedilhas e merdas que tal.)
Não há muitas coisas melhores do que comer Cheetos Ketchup e Doritos Tex Mex à vez.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Insulto-surpresa

Se há merda a que eu não acho puta de piada é a surpresas. Sob todas as variantes: festas-surpresa, chegadas-surpresa, cartas-surpresa, surpresas-surpresa. Mas é que não acho mesmo e, não sei muito bem por que razão, as pessoas acham que é só conversa. Que quando me aparecem com elas à frente, que choro de emoção e ai-que-amigos-tão-fofinhos-que-eu-tenho e afinal não é assim tão mau. O problema é que, regra geral, já estou tão fodida por ver uma vontade minha ser atropelada e desprezada que a minha vontade é desatar aos gritos e a virar mesas como se vê nos filmes de gente psicopata. Vivesse eu num desses cenários e era verem-me a virar costas, a fechar a porta dramaticamente e ala-que-se-faz-tarde. Como vivo aqui, nesta família e grupo de amigos com que deus nosso senhor fez o favor de me castigar, amanhã sei que vai haver um jantar-surpresa. E como é que eu sei? Porque tenho uma amiga que nem o cabrão do discernimento tem para perceber que se ela me liga a dizer «Olha, diz à tua mãe que sim, ok?»      «Mas que sim o quê, C.?»      «Epa, diz só que sim.»      «O caralho é que digo que sim.»    eu vou descobrir o que é que se passa. E não disse «sim» nenhum à minha mãe na esperança que eles cá aparecessem todos amanhã e ficassem à porta. Mas, há pouco, fui-lhe ao telemóvel e já lá havia a mensagem da outra a dizer que sim senhor, aparece cá tudo para jantar. Pois que apareçam! Apareçam sim, venham todos que fazem bem. Quem sabe se não entro também na onda das surpresas e mando um vão-todos-p'ó-raio-c'os-parta-surpresa. Ou então combino um cinema-surpresa com rigorosamente ninguém. E depois jantam todos com os meus pais. Que era o que mereciam.